Notícia

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O QUE É O GRITO DA TERRA E QUEM SOMOS?

O Grito da Terra é uma mobilização da categoria de trabalhadores e trabalhadoras rurais, que ocorre no País todo, em todos os estados da União.

  F     O Grito da Terra Paraná é uma mobilização promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (FETAEP) e por seus sindicatos. Somos trabalhadores e trabalhadoras rurais que viemos de todas as regiões do Estado.

F     Com o Grito da Terra, o campo vem à cidade mostrar sua importância, e também contar sobre as dificuldades que vem atravessando. O pacote de feijão que estamos entregando simboliza o nosso trabalho, e a importância que temos no abastecimento de alimentos de quem vive nas cidades e na segurança alimentar do País.

F     Nós, os trabalhadores e trabalhadoras rurais, somos agricultores e agricultoras familiares (pequenos proprietários, arrendatários, parceiros, meeiros) e assalariados e assalariadas rurais, temporários e permanentes.

F     Queremos sensibilizar a população e o poder público de que campo e cidade estão estreitamente relacionados, e de que são espaços interdependentes. Por isso, esperamos o apoio e a compreensão de todos para o nosso movimento.

F     Valorizando nosso trabalho e atendendo às nossas reivindicações, o poder público beneficia não somente as famílias de trabalhadores rurais, mas também as da cidade.

F     Além de nossa importância social, somos também competentes economicamente.

F     Sabemos trabalhar respeitando o meio ambiente.

F     Somos nós que produzimos os alimentos consumidos pela população brasileira. Somos os responsáveis pelo abastecimento de mais de 70% dos alimentos da cesta básica.

F     Dinamizamos a economia dos pequenos e médios municípios.

F     A agricultura familiar, pela sua lógica de produção e de vida, é a forma mais apropriada para promover o desenvolvimento sustentável, que significa respeitar os aspectos ambientais, econômicos, sociais e culturais.

F     A propriedade rural familiar emprega 80% dos trabalhadores do setor agropecuário paranaense, totalizando em torno de 780 mil pessoas (fonte: Ipardes).

F     Queremos agilização do assentamento das famílias acampadas.

F     Queremos educação para as famílias que vivem e trabalham no campo.

F     Queremos maior valorização da mulher e da juventude trabalhadora do campo, através de políticas públicas.

F     Queremos garantia de acesso aos financiamentos agropecuários para todos os agricultores e agricultoras pobres do Estado.

F     Queremos permanecer no campo; para isso, precisamos melhorar nossas condições de vida e de trabalho.

F     Queremos política agrícola diferenciada para a agricultura familiar.

F     Não queremos engrossar as fileiras do desemprego.

F     Não queremos ser expulsos do meio rural.

F     É mais barato gerar emprego na agricultura do que no meio urbano.

F     As cidades não conseguem sobreviver sem os alimentos que produzimos. Queremos apoio para permanecer no campo.

ASSALARIADOS E ASSALARIADAS RURAIS

 

  F     Somos assalariados e assalariadas rurais, trabalhamos nas lavouras de cana-de-açúcar, cafeicultura, fruticultura, horticultura, pinus e eucalipto e na pecuária de corte.

F     No Paraná, somos milhares trabalhadores e trabalhadoras rurais.

F     Cultivamos alimentos para o mercado interno.

F     Cultivamos alimentos para exportação.

F     Porém, não temos acesso aos benefícios sociais gerados pela riqueza que produzimos.

F     Nos próximos anos, em razão de exigências da legislação ambiental, bem como da tendência dos empregadores rurais em dispensarem mão-de-obra, será intensificada a adoção do uso de máquinas na colheita, principalmente na cultura da cana-de-açúcar.

F     Esse cenário terá implicações diretas nas condições de vida das cidades, já que grande contingente de trabalhadores e trabalhadoras rurais tentará a vida nos grandes centros urbanos.

F     Por isso, precisamos de políticas públicas de emprego, de educação e de reforma agrária.

F     70% dos trabalhadores e trabalhadoras do campo no Paraná não têm sua carteira profissional assinada; por isso, somos, em grande número, excluídos dos benefícios sociais.

F     Ainda estamos sujeitos condições degradantes de trabalho, sendo freqüente a ocorrência de trabalho escravo.

F     O trabalho escravo ocorre principalmente no meio rural, sendo freqüente na cultura da cana-de-açúcar, na produção de madeira e também na pecuária de corte.

F     A vergonha é que o Paraná é um dos estados que convive com essa prática degradante, registrando crescente número de casos de trabalho escravo: é o 5º colocado em libertação de trabalhadores escravos (fonte: Gazeta do Povo, junho/2009).

F     Precisamos de políticas públicas que resgatem nossa cidadania. Queremos reforma agrária, salários justos, redução do trabalho informal, saúde e segurança do trabalho, transporte e alojamentos dignos, educação do campo, moradia.