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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Evento comemorativo foi nas redes sociais @contag

Marcha das Margaridas completa 20 anos

A Marcha das Margaridas completa (12/08/2020) 20 anos. E para comemorar, este mês de agosto está recheado de vídeos, depoimentos e eventos online preparados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Federação dos Trabalhadores Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) nos municípios.

“É momento histórico de comemoração, porque muitas foram as lutas nestes 20 anos, e muitas também são as vitórias. As mulheres crescem no campo e com suas características específicas têm buscado formação e contribuído muito para uma agricultura mais eficiente, mais criativa, diversificando renda na propriedade e, em muitas delas, administrado e trabalhando sozinhas à frente da família. Graças também a uma valorização do trabalho e da vida da mulher, que conseguimos em muitas reivindicações nas Marchas das Margaridas”, declara Ivone Francisca de Souza, agricultora e hoje diretora da Secretaria das Mulheres da Fetaep.   

 

Margarida Alves e a Marcha das Margaridas

 

Maria Margarida Alves foi uma líder sindical brasileira, defensora dos direitos humanos e dos direitos dos trabalhadores do campo. Foi uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país. Seu nome e sua história de luta inspiraram a Marcha das Margaridas, que foi criada em 2000.

Durante o período em que esteve à frente do sindicato local de sua cidade, Alagoa Grande - Paraíba, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado durante a ditadura militar.

A líder foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983, na época com 50 anos, com um tiro de uma espingarda na frente de sua casa. Ela já vinha recebendo uma série de ameaças de morte por telefonemas e cartas. Grandes fazendeiros da região haviam contratado um assassino de aluguel - segundo dados no Ministério Público, no ano de 1983, Margarida estava movendo cerca de 72 processos na Justiça do Trabalho contra fazendeiros e usineiros.

O crime teve grande repercussão nacional e internacional, chegou a ser denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Postumamente, recebeu o Prêmio Pax Christi Internacional em 1988.

A casa simples em que ela morava foi comprada pela Prefeitura Municipal de Alagoa Grande e virou museu em 26 de agosto de 2001. Na fachada do local está escrito sua frase mais famosa, que virou símbolo da luta sindical no Brasil: “Da luta não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.

Há 20 anos, de quatro em quatro anos, mulheres do campo, da floresta e das águas saem de seus rincões, marchando até a capital federal. O movimento propõe visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena a essas profissionais do cenário rural.

Pautas com reivindicações específicas das mulheres e questões de interesse geral da categoria de trabalhadoras rurais fazem parte do cenário da manifestação, com diálogo e negociação política com o governo federal.

(Com informações de Wikipédia)