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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Acampados da reforma agrária retornam aos seus “lares”

Após três dias acampamento em frente ao INCRA, 250 trabalhadores retornam a seus lares após audiência

Após três dias acampados em frente ao INCRA, em Curitiba, os 250 trabalhadores e trabalhadoras rurais retornaram hoje (dia 20) aos seus “lares”. Durante a audiência realizada ontem, dia 19, que contou com a presença da FETAEP, da Superintendência do INCRA, da assessoria especial de Assuntos Fundiários do governo do Estado e de acampados, foi possível obter algumas respostas mais concretas.

Em se tratando da Fazenda Lupus I, II e III, o superintendente do INCRA, Nilton Guedes, comentou que alguns avanços foram obtidos, citando o ganho judicial de que a área é realmente improdutiva. “De uma forma ou de outra essa área virá para a Reforma Agrária”, garantiu Guedes. Em termos de prazo, o INCRA estima que até junho a cadeia dominial já esteja concluída e disse que até o final do ano tudo deverá ser finalizado.

Já nas áreas do Grupo Atala, que engloba os acampamentos Água da Mata, Itaverá, Palheta e Nossa Senhora de Fátima, algumas famílias relataram a insegurança e as ameaças pelas quais vêm passando. O secretário de Política Agrícola da FETAEP, Marcos Brambilla, pediu a intermediação da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Outro passo dado foi a reabertura do processo de desapropriação da Fazenda Santa Fé, de propriedade do grupo Colaboradores do Brasil, no município de Xambrê, após os relatos das famílias que apresentaram ao superintendente do INCRA novas informações acerca de um excesso de 300 hectares de terra sem registro por parte dos proprietários. A assessoria jurídica da FETAEP vem acompanhando o caso. Já no acampamento situado na Fazenda Salto Grande, em Marilândia do Sul, o INCRA disse que vai continuar negociando, apesar da propriedade ter pouca área de cultivo, uma vez que a maior parte do terreno é de reserva ambiental.

Ao justificar a morosidade do INCRA, o superintendente Nilton Guedes considerou que os deputados e os senadores também carregam sua culpa ao barrarem qualquer mudança na lei da Reforma Agrária que, ao seu ver, foi feita para que a reforma não saia do papel.

A FETAEP não sai 100% satisfeita com os resultados obtidos, mas reconhece que os compromissos foram firmados perante as famílias. “Estamos confiantes de que até o final do ano conseguiremos avançar e concluir com o processo da Lupus I, II e III”, disse o secretário de Política Agrícola da FETAEP.

Para o secretário de Políticas Agrárias, Alexandre Leal, a avaliação foi positiva especialmente por conta do comprometimento do INCRA. “Estas famílias estavam ansiosas por respostas e mostraram que não esqueceram das promessas anteriores. Continuaremos focados”, garantiu Alexandre.