terça-feira, 03 de junho de 2025
Premiação escolhe os melhores queijos do Paraná
Foram 477 queijos avaliados de 107 produtores, muitos produzidos em agroindústrias familiares

Curitiba sediou a 2ª edição do Prêmio Queijos do Paraná, que definiu os vencedores do concurso na sexta-feira (30), após um dia inteiro de julgamentos no Museu Oscar Niemeyer (MON). Foram 477 queijos avaliados de 107 produtores e laticínios de 76 municípios, recorde da premiação e superando os 290 participantes da edição passada. A FETAEP é parceira do evento – a assessora de política agrícola Dulci Westphal foi uma das juradas e o presidente Alexandre Leal dos Santos participou da cerimônia de premiação.
O melhor queijo do Paraná é de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, com o bicampeão parmesão, da Frimesa. E um associado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cantagalo também foi um dos grandes premiados da noite: a Tia Nena Produtos Coloniais teve três queijos premiados – o Aroma do Campo levou a medalha Super Ouro, o queijo ao vinho levou a prata e o requeijão cremoso levou o bronze.
Para o presidente da FETAEP é um grande orgulho contar com uma agroindústria premiada e Leal destaca a Federação trabalha para incentivar mais produtores a desenvolverem seus alimentos com tanta excelência e para aproximar quem produz de quem consome. “Teremos em breve a Feira Sabores do Paraná, que vai mostrar a qualidade dos alimentos provenientes da agricultura e agroindústria familiares, além de outras iniciativas, como o Barracão da Agroindústria Familiar, no Show Rural, em Cascavel, que vai aumentar de tamanho, para trazer mais expositores”, comenta.
Queijos do Paraná
Segundo o secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, que participou da cerimônia, o prêmio serve como reconhecimento aos produtos paranaenses. “Somos um grande produtor de leite no Brasil, temos alta qualidade, bom desempenho na produção primária, altos e baixos como qualquer atividade, mas é um setor que evoluiu fantasticamente nos últimos anos. Estamos qualificando a matéria-prima, o que dá conforto para indústrias de qualquer tamanho”, ressaltou. “Evoluímos na condição intrínseca do queijo, na sua qualidade, mas também na capacidade competitiva, o que é muito importante. Agora, abrimos novos horizontes com o reconhecimento internacional do Brasil inteiro como área livre de febre aftosa, o que nos dá um passaporte de ousadia para chegar mais longe”, lembrou Ortigara, sobre o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal como país livre da doença, algo que o Paraná já havia conquistado em 2021.
Ao todo, 65 queijos foram certificados, sendo que 10 deles receberam a premiação máxima, de super ouro. A cidade de Palmeira, nos Campos Gerais, foi a grande vencedora com três produtos entre os melhores do Estado, sendo dois da Cooperativa Witmarsum e um do Atelié Lötschental. Marechal Cândido Rondon teve dois entre os melhores. Além do parmesão da Frimesa, o Queijo da Mota, de Rosane Borosky, foi premiado. Figuram na lista ainda Cantagalo, Chopinzinho, Diamante d’Oeste, Ivaiporã e Palotina.
O presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette, destacou que o grande volume de inscrições desta edição demonstra que a produção paranaense tem buscado a excelência e a abertura de novos mercados. “Mostra que cada vez mais o Paraná e a produção queijeira do Estado estão muito fortes. No ano passado tivemos cerca de 220 queijos inscritos e nessa edição foram 515, então é a pujança e a potência do queijo dentro do nosso Estado. Isso é muito bom porque agrega valor aos produtores. Os que foram premiados no ano anterior conseguiram inserir seus produtos em mercados aos quais eles não tinham acesso”, disse.
Concurso
Participaram do concurso produtores que fabricam queijo a partir do leite de diferentes espécies. Ao todo, 21 categorias foram disputadas pelos participantes, sendo 14 com foco em queijos a partir do leite de vaca, duas categorias de leite de ovelha, duas de cabra e duas de búfala, além de uma voltada a queijos autorais aromatizados.
Os produtos habilitados foram avaliados simultaneamente por jurados formados dentro do próprio Prêmio Queijos do Paraná. Foram 27 mesas com três julgadores cada para avaliar os 477 queijos concorrentes, levando em consideração aspectos como textura, odor, sabor, elasticidade, aspecto externo e interno e aplicabilidade para o fim ao qual ele é produzido. Ao todo, foram mais de 40 itens avaliados. Desses, 15 receberam medalha de ouro, 20 a de prata e outros 30 receberam medalha de bronze. Os produtos condecorados com a medalha de ouro passaram por uma nova avaliação, com dez deles premiados também com a medalha super ouro. Na fase final, os dez escolhidos foram submetidos a um novo julgamento, com cada um deles defendido por um jurado. Após todo o escrutínio, o queijo da Frimesa de Marechal Cândido Rondon obteve a melhor nota, eleito como o melhor do Paraná.
Representatividade
O Paraná tem a segunda maior bacia leiteira do Brasil com 14% de participação, atrás apenas de Minas Gerais, com 27%, e à frente do Rio Grande do Sul, que aparece em terceiro lugar, com 11%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, foram produzidos cerca de 4,4 bilhões de litros de leite, com Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 11,3 bilhões, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
PARCERIA – Em sua segunda edição, o Prêmio Queijos do Paraná é uma parceria entre IDR-Paraná, Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Paraná (Sebrae-PR), Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-PR) e Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite-PR). Participaram do evento de premiação, além da FETAEP, o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins; o senador Sérgio Moro; o deputado estadual Anibelli Neto; a prefeita de Rio Branco do Sul, Karime Fayad; o representante do Sindileite-PR, Wilson Thiesen; e demais autoridades.