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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Fetaep realiza Seminário sobre Políticas Salariais do Setor Canavieiro

Economista do Dieese, Cid Cordeiro, apresentou os indicadores econômicos do Estado e do setor sucroalcooleiro

Economista do Dieese, Cid Cordeiro, apresentou os indicadores econômicos do Estado e do setor sucroalcooleiro

O departamento de Assalariado da Fetaep - sob a coordenação do secretário de Assalariado, Jairo Correa - reuniu, no dia 20 de setembro, 30 STTR´s que firmaram acordos coletivos com usinas de cana, durante o seminário de Políticas Salariais do Setor Canavieiro. O encontro, que abordou uma série de temas envolvendo as questões econômicas e salariais do setor sucroalcooleiro, contou com a participação do economista do Dieese, Cid Cordeiro.

Em sua fala, o economista relatou que o mundo está passando por um período de crise econômica que, provavelmente, vai refletir nas negociações salariais de 2013. “Como o salário mínimo é reajustado com base no PIB de dois anos anteriores, será em 2013 que sentiremos os reflexos do baixo crescimento de 2011, que está na casa dos 3,5%”, comentou. Porém, continua ele, ainda é possível considerar esse índice positivo, diante das médias anteriores do Brasil. Em 2012, o salário mínimo deverá ser de R$ 620,00 – já que o PIB de dois anos atrás foi alto. “Já o piso regional, deverá ficar 30% acima do mínimo nacional”, citou.

Com relação ao piso estadual, Cordeiro também informou aos participantes do seminário que, pela primeira vez, a classe patronal Jogos participou da negociação com o governo estadual. “Em virtude disso, vocês têm um importante argumento para usar durante as negociações salariais: a Faep – assim como as demais entidades patronais – participou da negociação e concordou com o reajuste”, afirmou o economista do Dieese.

Cenário sucroalcooleiro – Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Paraná tem 17 mil trabalhadores com carteira assinada atuando no cultivo da cana. “Porém,é evidente que esse número seja bem maior ao considerarmos os informais”, ponderou. Agora, ao olhar para a cadeia da cana como um todo, o Estado possui 55 mil trabalhadores – 17 mil no cultivo; 24 mil na fabricação do açúcar; e 15 mil na fabricação de álcool.

Com relação ao nível salarial desses trabalhadores, Cid Cordeiro comentou que aquele que atua no cultivo é o que recebe o menor salário, em média R$ 800,00, sendo 33% inferior àquele que está na indústria do álcool. Para ele, o segmento da cana é hoje um dos mais complexos de se trabalhar, por ser uma cultura estratégica que impacta diretamente na sociedade. “Como é uma fonte de alimento e de energia, tudo o que acontece na área da cana reflete nas taxas de juros e também na cesta básica”, cita.

Além de ouvir a palestra do economista do Dieese, os participantes também abordaram questões em torno da aplicação da NR 31 e discutiram alterações nas cláusulas dos Acordos Coletivos de Trabalho da cana. O assessor jurídico da Fetaep, Carlos Buck, e o assessor do departamento de Assalariado, Clodoaldo Gazola, acompanharam os trabalhos e os debates.