Notícia

sábado, 22 de agosto de 2015

AFINAL, O QUE COMUNICAR?

Campo para a produção de alimentos ou de commodities?

O Paraná possui uma diversidade cultural muito rica, com aspectos regionais muito marcantes. “Explorem, portanto, os três grandes eixos que giram em torno da agricultura familiar e do assalariamento rural, que são: a Terra; o Trabalho; e o Alimento”, indicou Dias. De acordo com ele, é preciso uma comunicação direta, que respeite as individualidades e o olho no olho. “A comunicação sindical deve dar conta da diversidade do Paraná”.

Além desses três eixos, a Reforma Agrária deve ser outra pauta encabeçada pelo Movimento Sindical. “Sob a temática da produção de alimento saudável, a Reforma Agrária deve ser uma pauta constante. Abusem do alimento saudável como marketing. Já que no Brasil há uma reforma agrária às avessas, vocês - dirigentes sindicais - precisam pressionar mais”, orientou.

O professor também trouxe a necessidade de questionar – em todos os materiais de divulgação produzidos – o que a sociedade quer: campo com gente para a produção de alimentos ou com máquinas para produzir commodities? “Joguem isso na mídia. Conscientizem os leitores”, disse.

 

A Síndrome do Sindicato Invisível
Comunicação deve ser vista como investimento e não despesa

Intensificar o trabalho de resgate da credibilidade do Movimento Sindical perante o trabalhador, além de apresentar a comunicação como um dos caminhos possíveis a serem seguidos para esta busca. Este foi um dos propósitos da palestra do jornalista Guilherme Mikami, da agência Abridor de Latas, especializada em comunicação sindical.

Para ele, a comunicação precisa ser encarada como investimento e não despesa. “É com ela que vamos trabalhar para o convencimento da categoria. Trabalhar com comunicação é investir nos trabalhadores”, disse. No entanto, essa comunicação deve ser levada a sério. “Materiais de qualidade, com conteúdo e visualmente atrativos são essenciais. Precisa ser bonito sim, e ter qualidade sim, caso você não queira que seu material vá parar na lixeira”, enfatizou Mikami.

Só não precisa de comunicação quem não tem o que mostrar

A recomendação final de Guilherme foi: despertem e apropriem-se da linguagem dirigida aos trabalhadores. “Façam uso da internet que também está chegando aos povos do campo”, disse. Comentou ainda que a classe patronal tem investido pesado em comunicação e a todo momento está abrindo canais de diálogo direto com seu público. “Por que? Porque estão focando suas ações numa disputa de sociedade, não apenas do trabalhador”, informou. É preciso ter noção de que tudo pode ser notícia. “Divulgar o que faz e onde vai. Só não precisa de comunicação quem não tem o que mostrar”, concluiu.